Detalhe

Cadeira 08

Oney Barbosa Borba

Fundador

Oney Barbosa Borba nasceu em Ponta Grossa, em 20 de dezembro de 1915, filho de Osório Rolin Borba e Maria Cândida Barbosa Borba, e descendente do político e senhor do Vale do Tibagi, maragato Coronel Telêmaco Augusto Enéas Marosini Borba. Passou parte de sua infância em Antonina, onde cursou o primário no Grupo Escolar Senador Correia; depois, em Curitiba, cursou o Ginásio Escola Normal no Colégio Paranaense.

Casou-se com Valeska Borges Martins, com quem teve as filhas Índia Maria, Marilda, Eneida e Jussara. Foi advogado, jornalista de espírito crítico e fina ironia, e historiador. Como historiador, seus livros refletem a busca paciente, exame minucioso e não menor reflexão de documentos em cartórios, prefeituras e paróquias, trazendo à tona fatos que dormitavam nos arquivos.

Ainda quando estudante de Direito na UFPR e participante de movimentos estudantis (1935) publicou, juntamente com outros colegas, a Folha Acadêmica que veio a ser censurada pelo famoso DIP, de triste memória. Por seu ativismo, foi preso sem culpa formada e recolhido à Penitenciária do Ahú, e depois ao quartel do Corpo de Bombeiros, donde fugiu em 12 de outubro de 1936, rumando para Porto Alegre. Participou da Revolução Caudilhesca de Flores da Cunha contra Getúlio Vargas. Frustrada a conspiração, Oney foi preso e transferido para o Rio de Janeiro e, em seguida, deportado para o Rio Grande do Sul, sem seus documentos. Quando obteve carteira profissional, voltou à Curitiba para reiniciar o curso de Direito. Em 1944, passou a exercer a advocacia (OAB/PR 631) em Castro. Durante os anos de 1946 e 1947 exerceu a promotoria em Tibagi.

Embora admitisse que, como jornalista, “não deu certo” (O Bravo, Castro, 11/10/1996), colaborou em vários órgãos da imprensa: Estado do Paraná, Debates, Emancipação, O Dia, Gazeta, Castro Jornal, Jornal do Iapó, O Bravo e Novo Papel.

Foi membro do Instituto Histórico Geográfico e Etnográfico Paranaense e do Centro de Letras do Paraná, além de fundador da Associação dos Amigos do Museu do Tropeiro. Publicou várias obras: Os Povoadores dos Campos Gerais do Paraná (1969), Telêmaco mandava matar e outras crônicas (l972), reeditada em 1987, Pequena História de Castro (1972), Casos e causos paranaenses (1972), acrescida mais tarde, de um segundo volume (1997), Nica, Nicuta, Nicata, Nicucha (1982), Preconceito e violência (1984); Os iapoenses (1986), Revolta dos escravos nos Campos Gerais (1987), Canhão de Guartelá (1991), Vila do Socavão (l995), Sequelas do atentado contra a vida do Coronel José Félix de Silva Passos (1995) e Marginalismo sertanejo. Monges, beatos, cavaleiros brancos, sebastianistas do Paraná (1970), entre outras.

Em 1995 recebeu o título de Cidadão Honorário do Município de Castro.

Tomou posse na Academia de Letras dos Campos Gerais em 2 de junho de 1999 como fundador da cadeira nº 8, em cerimônia realizada no Clube Pontagrossense, sendo recepcionado por Túlio Vargas, Presidente da Academia Paranaense de Letras.

Veio a falecer em 30 de dezembro de 2000. Pode-se dizer que teve juventude agitada, rebelde, sonhadora, vida profícua e adjetivos admiráveis. A história escrita do Paraná muito lhe deve.

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