Cadeira 10
Patrono
Bruno Enei, patrono da Cadeira nº 10 da ALCG, era filho de Natale Enei e Natalina Enei. Nasceu em 8 de junho de 1908, em Barra Bonita, São Paulo. Foi com os pais para a Itália em 1919, onde ficou para estudar, enquanto os demais familiares retornavam ao Brasil.
Lá estudou inicialmente nas cidades de Ferno e Gubbio. Ingressou, então, na Universidade de Pisa, no curso de Letras e Filosofia e, mais tarde, na Universidade de Florença, onde conquistaria o grau de doutor. Em 1937 fez concurso para a Cadeira de Letras (italiano, grego, latim) no Ginásio de Gubbio. Aprovado, iniciou a carreira do magistério. Logo depois foi aprovado em novos concursos: no Liceu de Perugia (latim e italiano); no Istituto Magistrale Superiore di San Genesio (italiano e história); e para a cátedra de italiano na Universidade para Estrangeiros, em Perugia.
Casou-se em 10 de agosto de 1939, em Gubbio, com Maria Biancarelli, professora de Letras pela Universidade de Roma, que depois lecionaria no Colégio Regente Feijó e na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras. Tiveram os filhos Juliana e Ricardo.
Quando a Itália entrou na 2ª Grande Guerra, transferiu-se para a França e integrou-se ao Movimento de Resistência. Retornando à Itália, filiou-se ao “Partigiani”, quando comandou o 2º Batalhão de “Aldo Bologni”, de 1942 a 1945, participando de guerrilhas, emboscadas, da ação armada na cidade de Tristina, ocupação de Pietralunga, ataque às tropas alemãs em Camporeggian e libertação da cidade de Gubbio.
Em 1951, voltou para o Brasil, inicialmente proferindo palestras na cidade de São Paulo, no Instituto Brasil – Itália. Vindo a Curitiba, trabalhou no Consulado Italiano, na Sociedade Dante Alighieri e ministrou curso de extensão na Universidade Federal. Em 1952, passou a lecionar latim no Colégio Regente Feijó e, após, Teoria da Literatura na Faculdade Estadual de Filosofia, Ciências e Letras de Ponta Grossa. Em 1956, prestou concurso na Universidade do Paraná (cátedra de italiano) conseguindo a livre docência. Em Curitiba ainda lecionou no Instituto de Belas Artes.
Colaborou com O Estado de São Paulo, Gazeta do Povo, O Estado do Paraná, Jornal da Manhã, Diário dos Campos, Tapejara e Revista Anhembi.
Em 1954, publicou A Poesia de Giuseppe Gioachino Belli (Poesia essa que foi a defesa de sua tese, quando obteve o título de Livre-Docente pela Universidade do Paraná), e verteu para o italiano o livro de Bento Munhoz da Rocha Netto, Uma Interpretação das Américas. Realizou conferências e deu cursos no Rio de Janeiro, São Paulo e Curitiba, como o ciclo de estudos Dante Alighieri e a Divina Comédia, na Biblioteca Pública do Paraná. Fez conferência sobre Estética e Crítica Literária na Faculdade Nacional de Filosofia do Rio de Janeiro e também falou sobre a filosofia de Benedetto Groce. Foi sócio do Centro Cultural Euclides da Cunha.
Em Ponta Grossa, seu nome foi dado à Biblioteca Municipal, e um dos mais importantes eventos culturais leva seu nome e o de sua esposa: Semana da Cultura Bruno e Maria Enei.
Faleceu em Ponta Grossa, em 5 de janeiro de 1967.
Legendas das imagens
1. e 5. Bruno Enei, início da década de 1950, foto de retrato na entrada da Biblioteca Pública Municipal de Ponta Grossa Prof. Bruno Enei.
2. Capa do livro La poesia di Giuseppe Gioacchino Belli. Curitiba, 1954. Acervo da Biblioteca Paranista Eno Teodoro Wanke.
3. Biblioteca Pública Municipal de Ponta Grossa Prof. Bruno Enei. Foto de Luísa Cristina dos Santos Fontes.
4. Placa em bronze, Bloco B da Universidade Estadual de Ponta Grossa. Foto de Luísa Cristina S. Fontes.
6. e 10. Capa do livro Bruno Enei – aulas de Literatura italiana e desafios críticos. Organizado por Sigrid Lange Scherrer Renaux e Hein Leonard Bowles. Ponta Grossa, TodaPalavra, 2010. Capa de Élio Chaves. [Série Intelectuais] Foto de Luísa Cristina S. Fontes.
7. Prof. Bruno discursando em 1958. Acervo: Sigrid Renaux. Em: Bruno Enei – aulas de Literatura italiana e desafios críticos. Organizado por Sigrid Lange Scherrer Renaux e Hein Leonard Bowles. Ponta Grossa, TodaPalavra, 2010. p. 237.