História da Academia de Letras dos Campos Gerais
A Academia de Letras dos Campos Gerais (ALCG) nasceu no dia 20 de março de 1999, quando se reuniram, no auditório da Associação Comercial e Industrial de Ponta Grossa, diversos literatos e outros convidados da região, com o objetivo de fundar oficialmente a instituição, aprovar Estatutos e Regimento Interno, escolher patronos, membros fundadores e ainda eleger a primeira diretoria. Anteriormente, fora designada pelo Dr. Tulio Vargas, então presidente da Academia Paranaense de Letras, uma Comissão Provisória, a qual já formulara as principais ideias que norteariam a nova Academia. Os trabalhos dessa reunião histórica tiveram a direção do Dr. Josué Corrêa Fernandes, em face da sua condição de membro da já referida Comissão Provisória e presidente do Lions Clube Ponta Grossa-Centro, entidade que vinha patrocinando, desde o início, a organização e a criação da futura Academia; os trabalhos de secretaria, na ocasião, ficaram a cargo dos escritores Fernando Vasconcelos e Leonilda Hilgenberg Justus.
O Estatuto aprovado na ocasião diz que a ALCG é uma sociedade civil sem fins lucrativos e que busca o cultivo, a preservação e a divulgação do vernáculo e da literatura, nos seus aspectos científico, histórico, literário e artístico, podendo participar de iniciativas úteis ao desenvolvimento cultural do Paraná. Trata-se, enfim, de uma entidade sem qualquer envolvimento com a política partidária, distante de interesses menores de pessoas ou grupos, e que repudia de maneira veemente toda forma de preconceito. Como se vê, é voltada para a promoção da cidadania, e busca o cultivo, a preservação e a divulgação de uma linguagem pura, correta, castiça, isso sem esquecer que a língua é também um organismo vivo, vigoroso, sujeito a mudanças e evoluções, além de ter usos os mais variados, todos merecedores de estudo e respeito.
A Academia, em tal contexto, valoriza a Literatura, considerada como a forma mais bem acabada da linguagem, momento em que a língua se torna arte. Mas o que é a Literatura? Pois bem, a Academia não sabe responder a essa pergunta. Mas está “bem acompanhada”: os maiores gênios da humanidade ainda não conseguiram separar com segurança o “literário” do “não literário”. De qualquer forma, a Instituição não fica presa à Literatura, à Filologia, à Linguística, à Gramática e ao Jornalismo, mas valoriza todas as formas de conhecimento humano, considerando sempre muito bem-vindos tanto os estudos tecnológicos ou das ciências da saúde, como também os filosóficos, políticos, sociológicos, jurídicos, teológicos, históricos, genealógicos, pedagógicos, matemáticos e geográficos, por exemplo. Enfim, onde há linguagem, lá também está a Academia. E a linguagem está presente em todo o conhecimento humano.
Com essa concepção, no dia 2 de junho de 1999, nos salões do Clube Pontagrossense e sob a presidência do Dr. Túlio Vargas, ocorreu a reunião pública e solene de tomada de posse dos membros fundadores e da primeira diretoria da ALCG, sob o comando de Leonilda Hilgenberg Justus. Houve ainda a entrega oficial do estandarte com o brasão da Instituição.
Nas reuniões seguintes, que se tornariam o tradicional “café da Academia”, começaram os elogios dos fundadores aos patronos de suas cadeiras; tais “cafés”, ainda, presenciaram inúmeras palestras proferidas por acadêmicos e convidados, além de se revelarem como ambiente propício à colocação e discussão de inúmeras questões culturais.
Em 17 de outubro de 1999, no jornal Diário da Manhã, sob coordenação do acadêmico Luiz Fernando Cheres, iniciou-se a Coluna da Academia, com a publicação do discurso proferido pelo acadêmico Luiz Rodrigues Wambier na sessão de posse dos fundadores da Academia. Mais tarde, tal coluna migrou para o Jornal da Manhã e, após, para o Diário dos Campos, onde está até hoje. A partir da segunda diretoria da Academia, a coordenação da coluna passou a ser do acadêmico Gabriel de Paula Machado e, em seguida, da acadêmica Luísa Cristina dos Santos Fontes. Tal espaço na imprensa vem sendo utilizado não apenas para divulgar o trabalho da Instituição, dos acadêmicos e dos patronos, mas também para discutir a literatura, a arte e a cultura dos Campos Gerais e do Brasil. Com idênticos propósitos, e valorizando as novas formas de comunicação da sociedade, a Academia também vem se fazendo presente nas redes sociais.
Em 2001 a Academia inaugurou a sede própria, onde também se localiza sua biblioteca especializada em autores paranaenses. Ainda no mesmo ano, a Academia de Letras dos Campos Gerais foi declarada de utilidade pública, pela Lei Municipal 6789, sancionada pelo então Prefeito Municipal de Ponta Grossa Péricles de Holleben Mello.
Ao longo do tempo, muitas homenagens foram prestadas pela ALCG a ilustres personalidades, além da concessão de diplomas de Membro Benemérito, Membro Honorário e do Mérito Cultural Faris Antonio S. Michaele.
Além de participar de inúmeros eventos culturais, a Academia também os promove, como foi o caso dos seguintes concursos: Concurso Dom Casmurro – 100 anos; Concurso de Poesias Campos Gerais – 300 Anos; Concurso de Crônicas 200 Anos da Chegada da Família Real Portuguesa ao Brasil; Concurso Literário Prêmio Academia de Letras dos Campos Gerais – 2018 (poemas); e, em 2020, o Concurso de Crônicas Guaracy Paraná Vieira; ainda, ao longo da história da Academia, diversas atividades contínuas devem ser destacadas: Projeto Educacional Cidadania, uma aprendizagem possível; Projeto Relações Acadêmicas, Projeto o Escritor e sua Obra, Projeto Prosa Poética dos Campos Gerais, Projeto Acadêmicos Conversam com Adolescentes, Projeto Crônicas dos Campos Gerais, Projeto Alento Poético e Projeto Nossos Imortais, que efetivamente aproximam a Academia da comunidade dos Campos Gerais.
A Antologia da Academia nasceu ainda sob o comando da primeira diretoria, no ano 2000, e vem sendo editada regularmente desde então, tornando-se uma tradição da casa. Ao longo dos anos, a publicação, de grande valia para pesquisadores e público em geral, revelou-se ainda uma importante ferramenta de divulgação dos trabalhos acadêmicos.
Nesses 20 anos, já foram presidentes da Academia os escritores Leonilda Hilgenberg Justus, Josué Corrêa Fernandes, David Pilatti Montes, Nelsina Elizena Damo Comel, Sérgio Monteiro Zan (em duas gestões), José Ruiter Cordeiro, Luísa Cristina dos Santos Fontes, Aída Mansani Lavalle, Luiz Fernando Cheres e Renata Regis Florisbelo. A atual presidente é Neuza Helena Postiglione Mansani.