Detalhe

Cadeira 11

Carlos Alberto Teixeira Coelho

Patrono

Patrono da Cadeira nº 11 da Academia de Letras dos Campos Gerais, Carlos Alberto Teixeira Coelho nasceu na localidade de Sabrosa, distrito de Vila Real, Portugal, em 6 de julho de 1866. Era filho de Manoel Antonio Ribeiro Coelho e Maria do Carmo Meirelles Coelho, e irmão dos escritores Thomaz Coelho e Mariana Coelho. Quando chegou a Ponta Grossa, em 1893, instalando-se como farmacêutico, curso que concluíra na Europa, já era casado com Júlia Monteiro Coelho, que lhe daria o filho Coelho Junior, também escritor.

Poliglota, gozava de grande respeito na intelectualidade da época. Por anos, manteve polêmicas e correspondências com Rocha Pombo, João Ribeiro, Said-Alli, Otoniel Mota, Cônego João Evangelista Braga, Cândido de Figueiredo e Rui Barbosa.

Em Ponta Grossa, fez parte do Clube Literário Recreativo, do Grêmio Musical Lyra dos Campos e do Círculo Socialista Leão Tolstoi. Foi funcionário da Estrada de Ferro São Paulo/Rio Grande, e professor de português no Instituto João Cândido.

Poeta, contista, crítico, jornalista e filólogo, deixou inéditas as obras Lira Antiga, Bardo Moderno, O fluido do Juca, Fonologia e Ortografia da Língua Portuguesa, e Estilística. Editou O Bombeiro Voluntário, O Paraná e a Catarina, (1904), A Crítica Paranaense ao Paraná Mental (1908), A questão do pronome Se (1908) e O Jeca Tatu Filólogo(1919). Colaborou na imprensa de Ponta Grossa e Curitiba: O Pigmeu (1903), O Jubileu Operário (dedicado ao proletariado universal), Luz Essênia (1903), O Comércio, O Progresso, Folha Rósea, O Sapo, O Escalpelo (1908), A Bomba (1913), Revista do Povo, Anthos, A Escola, Gazeta do Povo e O Dia.

Entre seus livros, destacam-se A Questão do Pronome Se e Jeca Tatu Filólogo. Neles, em lance de genialidade, parte de uma premissa que, somente anos depois, com a moderna linguística, seria amplamente aceita: deve-se analisar a frase como ela é, como ela se nos apresenta à vista, e não como uma expressão equivalente, ou como gostaríamos que fosse. Diz Teixeira Coelho: “a phrase é aquillo que é, e não o que póde ser; quer dizer, é these, não hypothese”. Superando a visão normativa da época, adota um viés científico, investigando tanto a língua inculta do povo quanto a obra dos grandes clássicos. Pode ser tido como um precursor da sociolinguística. Ideologicamente, suas publicações apresentam simpatia ao socialismo, visão anticlerical e defesa do feminismo. Há um estudo bem mais longo e razoavelmente completo sobre sua vida e obra, intitulado A Voz Esquecida de Teixeira Coelho, de autoria de Luiz Fernando Cheres, que pode ser encontrado na Antologia do ano de 2010 da ALCG.

Teixeira Coelho faleceu em Curitiba, no dia 18 de janeiro de 1926.

Legendas das imagens


1.
Fonte: https://www.facebook.com/657726847610098/photos/a.657816984267751/657817494267700/ . Consulta em 22 jun. 2022, 16h56. Facebook da Associação Educacional Mariana Coelho. Na postagem, consta que a foto é dos anos 1910. 
2. A Crítica Paranaense ao “Paraná Mental”. De Carlos Alberto Teixeira Coelho.  Curitiba, L. Economica, 1908. 34 p. Fonte da imagem: https://pergamum.curitiba.pr.gov.br/vinculos/monogr/raros/125083.pdf. Consulta em 22 jun. 2022.
3. Mariana Coelho, professora, escritora e pioneira do feminismo no Brasil, era irmã de Carlos Alberto Teixeira Coelho. Fonte: https://www.facebook.com/Associa%C3%A7%C3%A3o-Educacional-Mariana-Coelho-657726847610098/photos/2622098047839625. Consulta em 22 jun. 2022. Facebook da Associação Educacional Mariana Coelho.
4. Elogio a Teixeira Coelho. Diário da Tarde, 9 de agosto de 1904.
5. O Jeca Tatú – Philologo. De Carlos Alberto Teixeira Coelho. Curitiba: Max Roesner, s/d. 60 p. Obs: na obra, não consta a data de sua edição. No entanto, o Catálogo Coletivo de Literatura, História e Geografia do Paraná, publicado pela Universidade Federal do Paraná em 1972, informa que O Jeca Tatú – Philologo seria de 1919. Foto: Acervo de Luiz Fernando Cheres.
6. Fonte: https://www.facebook.com/Associa%C3%A7%C3%A3o-Educacional-Mariana-Coelho-657726847610098/photos/1756036051112500 , consulta em 30 mai. 2022, 19h39. (Facebook da Associação Educacional Mariana Coelho). Na publicação consta: “(...) imagens do arquivo de D. Cynthia Sarmento Pereira Jorge, bisneta de Teixeira Coelho)”. 
7. A Questão do Pronome SE: Em defêsa de sua subjectividade. De Carlos Alberto Teixeira Coelho.  Curitiba: França e Requião, 1918. 95 p. Foto: Acervo de Luiz Fernando Cheres.
8. Placa da Rua Teixeira Coelho, em Curitiba/PR. Fonte: Google Maps.
9. Autógrafo de Teixeira Coelho. Acervo de Luiz Fernando Cheres.
10. Placa em homenagem a Teixeira Coelho. Fonte:  https://www.facebook.com/Associa%C3%A7%C3%A3o-Educacional-Mariana-Coelho-657726847610098/photos/1756036051112500  Consulta em 30/05/2022, 19h39. (Facebook da Associação Educacional Mariana Coelho). Na publicação consta: “(...) imagens do arquivo de D. Cynthia Sarmento Pereira Jorge, bisneta de Teixeira Coelho)”. 
 

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