Cadeira 14
Patrono
Nasceu em Recife, Pernambuco, em 17 de novembro de 1817. Filha do cirurgião-mor José Manuel Faria de Albuquerque e de Dona Mariana Carolina Faria Albuquerque. Faleceu em Palmeira, no Paraná, em 28 de setembro de 1907. Emília passou os primeiros anos de sua infância no Recife.
Em 1841, foi convidada para assistir a uma reunião comercial, em que conheceu o comandante dinamarquês Conrado Erichsen, que fazia o transporte comercial entre o seu país e a América do Sul. Como não dominava o português, tornava-se necessário alguém que o entrevistasse e soubesse falar fluentemente o alemão, coisa raríssima no Brasil, e assim foram apresentados. Homem simpático, insinuante, austero, soube de imediato reconhecer em Dona Emília a verdadeira e única companheira de sua vida, fato surpreendente numa época em que os casamentos eram preparados e estudados pelos pais. Depois de quinze dias de permanência no Brasil, partiu o dinamarquês Conrado Erichsen, levando o compromisso de, após três meses, retornar, para realizarem o casamento. Emília, com a calma que sempre a caracterizou, preparou-se para o enlace. Casaram-se e partiram para a Europa. Desse matrimônio nasceram os filhos: Conrado, Haroldo, Balbina, Caetano e Emília.
Durante sua estada na Europa conheceu vários filósofos, entre esses o alemão Frederik Froebel, discípulo de Pestalozzi, precursor das doutrinas de Decroly, Claparède e Montessori. Em 1844, voltaram para o Brasil. Nesta ocasião, aconteceu um naufrágio de navio, com perda total de bens, salvando-se o comandante Conrado Erichsen. Em 1855, com a saúde abalada, veio para o Paraná em busca de trabalho; foi-lhe oferecido o cargo de administrador da colônia de irlandeses que se instalaram em Cerro Azul. Em, 1856, transferiram-se para Castro, onde fixaram residência, na Rua das Tropas nº 66, hoje, Rua Dr. Jorge Xavier da Silva. Em 1862, nesse casarão, Dona Emília fundou o primeiro jardim de infância do Brasil, introduzindo os novos métodos pedagógicos que conhecera na Europa.
Em 1880, teve a honra de receber a visita de D. Pedro II em significativa audiência. Atualmente, na antiga residência, funciona a “Casa da Cultura Emília Erichsen”.
Legendas das imagens
1. Emília Erichsen em tela. “A velha professora”
Foto: https://www.histedbr.fe.unicamp.br/navegando/glossario/emilia-eriksen
2. Jardim da Infância Emília Erichsen, Avenida Silva Jardim, 613, Curitiba. Inaugurado em 1911. Hoje integra o conjunto arquitetônico do Colégio Estadual Dr. Xavier da Silva. Foto: https://memoriaurbana.com.br
3 e 7. Capa do livro O Jardim de Emília, de Elizabeth C. R. Setti, 2021.
4. Reunião ordinária da Academia de Letras dos Campos Gerais, na Casa da Cultura Emília Erichsen, em Castro, em 3 de junho de 2023. Os acadêmicos foram recepcionados pela diretora da Casa, Nilcéia Zens. Foto de Isabel Regina Nascimento. Emília Erichsen é Patrona da Cadeira 14 da ALCG.
5. Casa da Cultura Emília Erichsen. Rua Dr. Jorge Xavier da Silva, esquina com a Rua Benjamin Constant, Castro, Paraná. Em 1982, a edificação foi tombada como patrimônio histórico do Paraná. Foto de Luísa Cristina dos Santos Fontes.
6 e 10. Conrado Caetano Erichsen, filho de Emília (1848-1922). Foto: www.geni.com
8. Capa do livro Nos tempos da província: Emília Erichsen e o ensino em Castro, de Aída Mansani Lavalle. Acervo da Biblioteca Paranista Eno Teodoro Wanke, foto de Luísa Fontes.
9. Emília Erichsen, foto do acervo de Ronie Cardoso Filho.