Cadeira 15
Patrono
Descendente dos alemães do Volga, Epaminondas Holzmann nasceu em Ponta Grossa, no dia 14 de setembro de 1896 e aqui faleceu em 30 de abril de 1960, filho de Jacob Holzmann e de Maria Joana Holzmann. Participou do surgimento da imprensa na cidade natal, em 27 de abril de 1907, quando era o dobrador e único entregador do semanal jornal O Progresso, fundado por seu pai. Durante mais de vinte anos trabalhou com jornalistas e literatos de excelente estirpe, como Hugo Borja dos Reis, Mário de Barros e José Cadilhe, chegando, depois de adulto, por convite do então proprietário daquele que já se chamava Diário dos Campos, Eliseu de Campos Mello, ao cargo de diretor. Foi, ainda, diretor da sucursal da Gazeta do Povo em Ponta Grossa, atuando, também, no Jornal do Paraná.
Ao se mudar para Curitiba, abandonou, em parte, as lides da imprensa, que não lhe permitiam prover à manutenção da família. Quando a insuficiência cardíaca por fim o circunscreveu às paredes do próprio lar, começou a coligir suas lembranças e escrever a obra Cinco Histórias Convergentes que, cheia de informações de caráter histórico da Princesa dos Campos, entremeada de tiradas humorísticas e de asserções francas, fala da vida de cinco eminentes vultos da terra Pitangui. No capítulo “A batuta”, retrata Jacob Holzmann, músico e homem de imprensa; “A Balança” alude ao magistrado negro Casimiro dos Reis Gomes e Silva, orador eloquente, bonvivante abolicionista; “O Bisturi” focaliza o Dr. Francisco Burzio, exímio cirurgião, cognominado “Pai dos Pobres”; “A Pena” trata da vida do poeta e jornalista Hugo Mendes Borja Reis; e “A Ribalta” mostra a face de José Fernandes Cadilhe, teatrólogo e poeta.
Não obstante vítima de um derrame cerebral e dois edemas pulmonares, que o fizeram hemiplégico e quase cego, conseguiu concluir, um mês antes de morrer, a obra que levara cerca de três anos a datilografar com um dedo só. Em 2004, a Editora UEPG lançou a segunda edição do livro, com revisão de Hein Leonard Bowles e Dilnéia Pereira Holzmann.