Cadeira 33
Fundador
Da sua trajetória de envolvimento com temas de valor histórico-cultural no ambiente local e regional, Francisco Lange recorda que “quando menino eu sempre andava de bicicleta pela região, pescando, molecando e fui me identificando com a natureza e as belezas de cada lugar e continuei esse olhar que, hoje, está nas páginas de meus livros”.
A sensibilidade e a consciência histórica de Francisco Lothar Paulo Lange são a referência da qualidade na construção de cada um de seus trabalhos. Descendente de alemães e nascido em Ponta Grossa, Francisco Lange formou-se engenheiro mecânico e eletricista pelo Instituto Eletrotécnico de Itajubá (Minas Gerais), em 1947, hoje Universidade Federal de Itajubá (Unifei). Ao longo de sua trajetória profissional, trabalhou na Companhia Docas de Santos, no Departamento de Águas e Energia Elétrica do Paraná, na Usina Termelétrica de Figueira (Utelfa), na Companhia Prada de Eletricidade de Ponta Grossa e na Companhia Paranaense de Energia (Copel), onde encerrou sua carreira como consultor. Entre os livros de Lange estão, ainda, Família Lange – genealogia, notas biográficas, fatos contemporâneos (2003), Iguaçu, um caminho pelo rio (2005) e Histórias são história (2005), Os últimos dos “guartelhanos”: crepúsculo de uma cultura (2013).
Francisco Lothar Paulo Lange é conhecido pelo seu envolvimento com temas de valor histórico-cultural. Entre os livros traduzidos por Lange estão Os alemães no Paraná, obra escrita em 1929 pelo pastor Wilhelm Fugmann, religioso com formação teológica, eclesial e pastoral na Alemanha, ordenado para servir no Brasil. Fugmann destacou-se pelos inúmeros feitos em benefício das comunidades alemães no Brasil e, principalmente, na região de Ponta Grossa. Sua obra revela o olhar de um imigrante sobre os acontecimentos históricos no panorama mundial dos séculos XIX e XX, valorizando as origens étnicas e os feitos alemães.
A tradução de Os alemães no Paraná apresenta-se como o quinto registro de Francisco Lange no segmento das “memórias históricas” locais e regionais. Antes, o autor somava em sua biografia as obras Guartelá – história, natureza, gente (1994); Frederico Lange, história de um “resmungão” da legião alemã de 1851, no Brasil (1995); Os campos gerais e sua princesa (1998); e Campos Gerais: visões do paraíso (2002), entre outros.
Tomou posse na Academia de Letras dos Campos Gerais em 2 de junho de 1999, como fundador da cadeira nº 33, em cerimônia realizada no Clube Pontagrossense, sendo recepcionado por Túlio Vargas, presidente da Academia Paranaense de Letras.
Fonte: FONTES, Luísa Cristina dos Santos. In: FONTES, Luísa Cristina dos Santos; CHERES, Luiz Fernando; ZAN, Sérgio Monteiro (orgs.) Biobibliografia da Academia de Letras dos Campos Gerais: Ponta Grossa: Planeta, 2015. p. 228-9.