“A falta de leitura gera desprezo pela Língua pátria, desprezo este que, infelizmente, estamos assistindo nos dias de hoje”, afirmou Sérgio Monteiro Zan, professor doutor e coordenador da primeira edição dos “Colóquios do Agora: O QI e o empobrecimento da linguagem”, iniciativa da Academia de Letras dos Campos Gerais (ALCG) promovida em encontro virtual (19/4). Mais adiante, em sua exposição, Zan acrescentou que “a juventude atual se utiliza de poucas palavras em sua linguagem cotidiana, deixando antever que o vocabulário do pessoal se encontra reduzido em relação a algumas décadas passadas”.
Fundador da Cadeira 20 da ALCG, Sérgio Zan deu início a uma das propostas do ‘Plano de Ação’ da nova gestão “Um Salto Quântico para o Futuro” (2021/2023), constante da pauta da primeira reunião ordinária (8/4), sob a presidência de Neuza Helena Postiglione Mansani. “Com base em alguns conceitos atuais, a exemplo da abertura da Academia em diferentes aspectos, os colóquios têm a intenção de abrirmos debates sobre assuntos que circulam nas mídias e outros meios de comunicação para a informação, mas sem reconhecimento dos significados”, esclarece Neuza Mansani.
LER PARA ESCREVER
Fazendo questão de lembrar que a ALCG tem seu papel de acompanhar o movimento que envolve seus saberes e ter a oportunidade de se manifestar, a presidente Neuza Helena destacou artigo do professor de gestão francês Christophe Clavé, logo na abertura do colóquio, que liga o empobrecimento da linguagem à diminuição dos níveis de inteligência, nos últimos 20 anos. Em seguida, Mansani passou a palavra ao escritor e professor Sérgio Zan, que, entre outras colocações, disse que “não há mais respeito para com a Língua, porque vivemos uma época de comodismo, visto que a leitura de bons livros perdeu espaço para as redes sociais e, por consequência, não há contato com a Língua”.
Para Sérgio Monteiro Zan, torna-se extremamente importante que se leia cada vez mais, lendo boas obras, que se encontram à disposição de todos, para se escrever melhor, assim como revigorar a capacidade intelectual do indivíduo. Com a presença de acadêmicos e demais interessados, o primeiro ‘Colóquio do Agora’ contou com a participação especial dos professores Maria José Dozza Subtil e Diego do Valle, ambos da UEPG. Em 6 de maio próximo, a ALCG promoverá mesa redonda apresentando como tema a passagem dos “200 Anos de Dostoiévski”.
Assessoria de Comunicação
“Delicadeza, expressividade, força e poder das palavras”. Sérgio Monteiro Zan
A Academia de Letras dos Campos Gerais inicia seu ano de trabalhos, mas sem deixar os olhares cegarem a visão pelo real inconcebível, mas real, dessa pandemia. A nossa solidariedade e mais profundos sentimentos às famílias enlutadas e às pessoas que vêm sofrendo tantas dores do corpo e da alma, consequências de um mundo em estresse emocional.
A Academia deve cumprir seu papel de cultivar, preservar e divulgar o vernáculo e a literatura, e como partícipe da sociedade abrir suas portas, convidar as pessoas para encontrarem a paz na cultura. Acompanhar o que se diz, o que se pensa, o que nos afeta de um modo ou outro e compartilhar os conhecimentos, é o ser fazer de uma academia.
Assim, instituímos os “Colóquios do Agora”, com o objetivo de participar do debate que possa sensibilizar as pessoas a dúvidas, reflexões, discussões, sugestões... Juntos, comunidade e Academia, encontraremos significados novos para assuntos que, de certa forma, nos pertencem e devem fazer parte do nosso exercício em defesa da linguagem e da cultura.
O tema de nosso primeiro colóquio foi o artigo “O QI médio da população mundial diminuiu nos últimos vinte anos”, escrito por Christophe Clavé, com a presença de acadêmicos, professores, pesquisadores, estudiosos do assunto – foi uma experiência ímpar e aprovada.