O Observatório da Cultura Paranaense promoveu, na última sexta-feira (29 de julho de 2022), durante sua reunião ordinária mensal, a palestra “Paulo Leminski: Um artista múltiplo e universal”, ministrada por Áurea Leminski, filha de Paulo Leminski. A jornalista relatou aos participantes momentos significativos e pitorescos da vida e obra do múltiplo Leminski: jornalista, publicitário, tradutor, poliglota, músico, linguista... e em todas as instâncias, Poeta. Como Áurea bem lembrou, ele sempre dizia: “A poesia é a liberdade da minha linguagem”. O evento ainda foi ilustrado com depoimentos de amigos pessoais do notável escritor, a exemplo do Presidente do Observatório, Ernani Buchmann, e da Presidente da Academia de Letras José de Alencar, Anita Zippin.
Áurea Leminski ladeou o trajeto do escritor à itinerância de dez anos da Exposição Múltiplo Leminski, auto-explicativa, interativa, desde o convite de Teca Sandrini para ocupar o “Olho” do Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba, à passagem por várias capitais brasileiras, na sequência às maiores cidades do Paraná, à montagem em Portugal no ano passado até a 14ª., brevemente em Porto Alegre. A “Múltiplo Leminski” tem a curadoria de Áurea, sua irmã Estrela e a mãe Alice Ruiz. Zelosamente, Áurea, em todos os momentos de sua fala relevou a preocupação, cotidiana, com a preservação da obra de Paulo Leminski, procurando, inclusive, vislumbrar quais seriam as escolhas do próprio artista para a montagem da exposição.
Em paralelo, Áurea e Estrela são também curadoras da exposição “Meu coração de polaco voltou”, sobre a sua própria origem, patrocinada pelo Consulado da Polônia em Curitiba e participação da Casa da Cultura Polônia Brasil, em que propõe (a exposição) a discussão, inclusive, linguística e/ou comportamental (“polaco ou polonês?”).
Por fim, a jornalista destacou as recentes traduções e lançamentos de Leminski que denotam e fazem justiça à grandeza de sua obra, um clássico contemporâneo, atual, moderno e universal. “Ahora es que son ellas (Espanha); “All Poetry” (Estados Unidos); “Distratti vinceremo” (Itália) e “Parezca y desaparezca (Argentina); além da possibilidade de outras exposições no exterior.
Aproveitei a satisfação por assistir à brilhante exposição de Áurea para lembrar-me dos “múltiplos” encontros que tive com Paulo Leminski. Em primeiro lugar, quando o Centro Acadêmico de Letras Profa. Glacy Camargo Sêcco trouxe o escritor para uma palestra, em 1986, no Auditório da Reitoria da UEPG. Em seguida, eu, já professora do Departamento de Letras na Universidade Estadual de Ponta Grossa, ministrei a disciplina de Literatura Paranaense, em que Leminski era conteúdo programático. Anos depois, ao pesquisar sobre Helena Kolody para minha Tese de Doutorado, destaquei a presença fundamental de Paulo Leminski na obra de Helena, em sua trajetória literária, a sua nobilitação e, mesmo, quando vizinharam no Edifício São Bernardo. Já no início de 2022, visitei Leminski (o “Múltiplo”), guiada por suas curadoras no Museu Campos Gerais, da UEPG e, por fim, o reencontro agora, mediado por Áurea, no Observatório da Cultura Paranaense, ao lado de presidentes das mais relevantes instituições culturais paranaenses, com transmissão ao vivo e disponível a qualquer momento, para quem quiser assistir. Salve Paulo Leminski! Salve a Cultura Paranaense! Salve o Observatório da Cultura Paranaense!
A Academia de Letras dos Campos Gerais esteva presente!
Luísa Cristina dos Santos Fontes (Cadeira N. 5)