Cadeira 01
Patrono
Poeta princesino, nascido em 22 de outubro de 1922, filho do Coronel Adalberto e de Inece Carvalho de Araújo; ele, industrial originário de uma das mais antigas famílias radicadas no Paraná, descendente de tropeiros, bandeirantes e índios; ela, filha do adido consular da Itália em Ponta Grossa, Eugenio Gambassi e Laudomia Gambassi, ambos naturais de Pisa, na Toscana. Casado com Maria Ivone, companheira da vida toda, e Beatriz é a sua única filha. Ocupou as cadeiras escolares do Liceu dos Campos, do Ginásio da Praça Barão do Rio Branco, o Regente Feijó e, em Curitiba, do Colégio Paranaense e Novo Ateneu. Ao concluir o grau médio entrou na Faculdade de Química da Universidade Federal do Paraná, tendo cursado apenas o primeiro ano. A seguir, cursou Contabilidade na Escola Técnica de Comércio – anexa à Faculdade de Direito do Paraná, graduando-se em 1944. Bacharelou-se em Direito pela Faculdade de São Paulo. Enquanto fazia a Faculdade de Direito trabalhava como jornalista no Estado de São Paulo, na época de propriedade de Adhemar de Barros. Em São Paulo, suas atividades dividiam-se entre a Faculdade e seu grêmio, o trabalho de jornalista no Estadão e a vida cultural e boêmia da cidade.
Fez grande amizade com a poetisa Colombina, a figura central de um grande círculo de artistas e aristocratas interessados em arte. Por intermédio dela, conheceu grandes intelectuais, muitos oriundos da Semana de 22 e do Movimento Antropofágico, como Oswald de Andrade; privou da amizade de outros, como Guilherme de Almeida e, como frequentador das rodas literárias, teve grande apoio de Menotti Del Picchia. Como poeta, foi apreciado e aplaudido pela crítica da época. Ao se formar, foi convidado por um professor para trabalhar no seu conceituado escritório de advocacia, mas Adalto prefere voltar ao Paraná para continuar ao lado do pai na administração das suas empresas Adalberto Araújo S.A., com sede em Ponta Grossa, Paraná, da qual foi diretor; na formação e supervisão da fazenda de café Santo Antônio e de sua própria fazenda, a Cristalina, no norte do Paraná. Como advogado, soube muito bem alternar seu amor às letras jurídicas com seu devotamento à arte maravilhosa de Camões, e como jornalista revolucionou nosso jornalismo, introduzindo novos sistemas na comunicação impressa.
Dirigiu a Página Literária do Jornal do Paraná; em Ponta Grossa, foi colaborador de diversos outros periódicos e revistas, parceiro do poeta Colombo de Souza e de Faris Antônio Michaele. Na Academia de Letras José de Alencar, em Curitiba, e no Centro Cultural Euclides da Cunha, em Ponta Grossa, lá estava ele, como erudito, escrevendo muito: poesias, contos e haicais. São suas as obras primas: Dansa das nuvens ou revolucionária (poesias, 1945) e Cântico para o Século XX, que denominava profética (versos livres, 1952): este considerado como primeiro livro modernista do Paraná, mais que um simples livro de poesia, mensagens de humanismo e sentimento – cântico magistral de Século XX, para a emoção e o encantamento além dos séculos.
Faleceu em Curitiba no dia 14 de setembro de 1993. Adalto G. de Araújo é, sem dúvida, uma das mais altas expressões da cultura paranaense.