Detalhe

Cadeira 40

Hilda Koller

Fundador

Foi ao ler um poema num jornal que Hilda Koller despertou a escritora que sempre “morou” dentro dela. Desde a infância na localidade de Campo do Milho, em Castro (Campos Gerais), ela era uma atenta observadora. As histórias que guardou na “caixola” ao longo do tempo começaram a se manifestar através do lápis e do papel na mocidade. Com um toque de coragem, resolveu materializar seus pensamentos doces num poema, o qual mandou, com a firme intenção de que fosse publicado, para o mesmo jornal no qual lera o poema que plantou nela o sonho de ser escritora. Alguns dias depois, a resposta do jornal veio por correspondência e dizia algo como: “poesia não lhe falta, mas ainda lhe falta um pouco de técnica. Vamos usar o seu poema com pequenas correções”. Junto com a mensagem, veio um folheto explicando como se fazer sonetos e trovas.

Aplicada, ela aprendeu e se dedicou àquela que passou a ser a missão de sua vida: escrever. Da sua persistência e criatividade nasceram livros como: No Jardim da Alma, sonetos (1966), Pétalas Intelectuais, trovas e sonetos (1967), Suspiros Poéticos, poesias (1969); Sonhos de Primavera, sonetos (1974), Diário de um Gato, prosa (1980), entre outros. Hilda começou a cursar Direito na Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), mas percebeu que sua vocação era, mesmo, a literatura. Sempre conseguiu, com algum esforço, conciliar os momentos de inspiração com as funções de secretária e de chefe de seção do antigo Instituto Nacional de Previdência Social (INPS) de Ponta Grossa, onde morou por alguns anos.

Há 12 anos, conheceu uma vizinha da sua casa em Castro, Clarisse Dbsoinski, que passou a ser sua melhor amiga. “Ela não tinha parentes próximos, mas tinha grandes amigos. Não era difícil puxar papo e passar uma tarde inteira conversando com ela”, conta. Clarisse, que nunca havia trabalhado com literatura, ajudou Hilda na edição de seus últimos livros: “Foi um privilégio conviver com ela”. A escritora ainda teve a honra de compor o hino de Castro, no qual a chama de “cidade alegria”.

Solteira, não deixou filhos. Faleceu no dia 9 de julho de 2012, aos 74 anos, em Castro.

Tomou posse na Academia de Letras dos Campos Gerais em 2 de junho de 1999 como fundadora da cadeira nº 40, no Clube Pontagrossense, sendo recepcionada por Túlio Vargas, Presidente da Academia Paranaense de Letras

Fonte: KUBASKI, Derek. Hilda Koller. In: FONTES, Luísa Cristina dos Santos; CHERES, Luiz Fernando; ZAN, Sérgio Monteiro (Orgs.) Biobibliografia da Academia de Letras dos Campos Gerais: Ponta Grossa: Planeta, 2015. p. 268-269.

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