Detalhe

Cadeira 20

Sérgio Monteiro Zan

Fundador

Sérgio Monteiro Zan nasceu em Ponta Grossa, no dia 24 de novembro de 1948. É filho do Engenheiro Civil Sylvio Luiz Zan e de Lygia Monteiro Zan.

Iniciou o curso primário no Colégio Sagrada Família, em 1955, e concluiu-o em 1958. Como naquela época era exigida para o ingresso no ginásio uma idade mínima de 11 anos completados no primeiro semestre, o jovem estudante foi obrigado a esperar até 1960 antes de matricular-se no Colégio Estadual Regente Feijó. Nesse ano de espera, cursou uma vez mais a quarta série primária, que para todos os efeitos era considerada como “admissão ao ginásio”, numa pequena escola particular que existia na Rua do Rosário, o Liceu Cultural América.

O ginásio, portanto, foi cursado de 1960 a 1963, período em que recebeu magníficas lições de professores como Bruno Enei, Elzira Correia de Sá, Adelaide Thomé Chamma, Theresinha Miranda, Antônio Armando Cardoso de Aguiar, entre outros. Em 1964, já plenamente convencido do seu pendor para as Ciências Humanas, ingressou no curso Clássico, do mesmo colégio. Outros professores, especialmente Alair Stremel Camargo, Maria Biancarelli Enei, Maria da Graça Armellini, tiveram uma influência considerável nesse seu momento de formação acadêmica. Por esse tempo, iniciou também cursos particulares de línguas estrangeiras, francês com Maria da Graça Armellini e Jacques-Émile Cornuau, e inglês com Robert Karel Bowles.

O curso de Letras, na Faculdade Estadual de Filosofia, Ciências e Letras de Ponta Grossa, ocupou-lhe os anos de 1967 a 1970. No mesmo período, começou a lecionar Latim no Regente Feijó, na condição de professor suplementarista substituto. Deixou essa função em 1973, quando, formado e contratado como Auxiliar de Ensino na Faculdade de Filosofia, que agora já fazia parte da nascente Universidade, deslocou-se para o Rio de Janeiro, a fim de iniciar o mestrado, na área de Literatura Portuguesa, na Faculdade de Letras da UFRJ, onde foi aluno de Cleonice Berardinelli, Afrânio Coutinho, Celso Cunha, Eduardo Portela, Leodegário A. de Azevedo Filho. Foram anos difíceis, de muitas viagens, estudos e trabalho, mas a dissertação Guerra Junqueiro e o elogio poético da simplicidade lhe valeu em novembro de 1977 a obtenção do grau de Mestre em Letras.

Atividades docentes na UEPG foram a tônica dos anos seguintes. De 1978 a 1980 exerceu concomitantemente a função de chefe do Departamento de Letras.

Em 1984 a ideia de novas aventuras intelectuais acendeu-lhe o espírito e, em companhia do colega, professor Raul José Sozim, foi em busca do doutorado na Universidade Estadual Paulista, câmpus de Assis, SP. A tese, que lhe garantiu o título de Doutor em Letras, área de Filologia e Linguística Portuguesa, em abril de 1989, O poema sobre o cultivo da raiz brasileira, tornou-se um dos frutos do programa institucional em torno da latinidade brasileira, ou seja, os textos aqui produzidos no idioma de Cícero.

Vários cursos de extensão e aperfeiçoamento, no Brasil e no exterior, foram sendo realizados ao longo de todos esses anos: dois estágios na França, diversas participações em grupos de estudos sobre as civilizações antigas, com viagens a importantes sítios arqueológicos, museus, escolas e universidades da Europa e da África.

A aposentadoria em 2006 conservou-lhe o gosto pelo estudo e pelo ensino. Manteve-se ainda como colaborador por algum tempo na própria UEPG. Em 2009 voltou a lecionar Latim, desta vez para o curso de Filosofia da Faculdade Sant’Ana, em Ponta Grossa, donde se retirou de vez em 2013.

Ainda na infância alinhavava os primeiros, incipientes escritos, nenhum preservado. Como estudante de Letras, colaborava em periódicos acadêmicos e em jornais locais. Poeta bissexto, e prosador cauteloso, Monteiro Zan vem semeando suas produções por diversos veículos de divulgação, oficiais ou não.

Publicou, em 1997, em colaboração com Raul José Sozim, a edição bilíngue dos Temas Rurais do Brasil de José Rodrigues de Melo e Prudêncio do Amaral; e, em 2001, o livro de sonetos As Horas Sonâmbulas, ambos pela editora da UEPG.

Tomou posse na Academia de Letras dos Campos Gerais em 2 de junho de 1999, como fundador da cadeira nº 20, em cerimônia realizada no Clube Pontagrossense, sendo recepcionado por Túlio Vargas, Presidente da Academia Paranaense de Letras. Foi presidente da entidade nas gestões 2007 – 2009 e 2009 – 2011.

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