Detalhe

Cadeira 08

Bento Mossurunga

Patrono

Bento João D’Albuquerque Mossurunga, Patrono da Cadeira nº 8 da Academia de Letras dos Campos Gerais, nasceu em Castro, a 6 de maio de 1879, filho de João Bernardes de Albuquerque e de Graciliana Reis de Albuquerque. Foi registrado com um acréscimo em seu nome: “Mossurunga” (apelido). Casou-se no Rio, em setembro de l924, com Belosina Lima, com a qual teve os filhos João e Milena.

Nasceu entre músicos - o pai e o irmão tocavam viola e violão; as irmãs, órgão. Exímio violeiro, iniciou-se no piano com o ourives Manoel Cristino dos Santos, e em violino, teoria e solfejo com o italiano Augusto Mainardi. Em 1885 foi para Curitiba, onde ingressou no Conservatório de Belas Artes e Música. Frequentava o Grêmio Musical Carlos Gomes, convivendo com os compositores e músicos da época. Depois de haver voltado a Castro, retornou a Curitiba em 1902, para retomar seus estudos; durante esse período lecionou piano e apresentou-se num café-concerto. Mais tarde, já com renome, foi aperfeiçoar-se no Rio de Janeiro, no Conservatório Livre de Música e na Escola Nacional de Música. Foi um dos primeiros violinos da orquestra do Centro Musical, à época regida por Francisco Braga.

Iniciou a carreira de regente ao ingressar, em 1916, na Companhia do Teatro São José, função que exerceria em diversos teatros cariocas. No período de 1918 a 1922 dirigiu ensaios, fez instrumentações e musicou operetas, revistas e burletas de diversos autores. Trabalhou, inclusive, ao lado de Villa Lobos.

Retornou ao Paraná em 1930, onde se radicou em definitivo até sua morte, em 23 de outubro de 1970. Foi professor de canto orfeônico no Colégio Estadual do Paraná e de instrumentação na Escola de Música e Belas Artes do Paraná. Fundou a Orquestra Estudantil em 1946, da qual surgiria a Orquestra Sinfônica da Universidade Federal do Paraná (1958).

É autor do Hino do Paraná (letra do poeta Domingos Nascimento). Das suas inúmeras composições, destacam-se Lindo rincão, Tardes de Curitiba, Visão do passado, Ondas do Yapó, Bom Dia Paraná, Hino à árvore, Saudade do pinheiro, Céu de Curitiba, Luar da mata, Tristeza do pinheiro, Senhora do Rocio, Pintassilgo dos pinheirais e Dezenove de Dezembro (hino militar). É dele o Hino do Município de Telêmaco Borba e o Hino do Colégio Estadual do Paraná. Musicou, entre outras, as peças Olelêolalá e Meu bem, não chora! – ambas de Carlos Bittencourt e Cardoso Menzes. Em 1956, a Câmara lhe concede o título de Cidadão Honorário de Curitiba. Em 1966 passou a pertencer a Academia Paranaense de Letras, cadeira nº 16, deixada por Benedito Nicolau dos Santos. Por sua exponencial figura, seu nome é homenageado e perpetuado em instituições públicas de ensino, colégios e escolas (Curitiba, Umuarama, Ponta Grossa, Xambrê, Ivaiporã...), em logradouros públicos, praças e ruas, teatros, auditórios... Noventa anos de uma vida ímpar, brilhante, de glorificação da terra paranaense perpassada em sua obra imorredoura.

Legendas das imagens


1.    Bento João d’Albuquerque Mossurunga, possivelmente, foto da década de 60.
2.    Fachada do Teatro Bento Mossurunga (Cine Marajá), localizado na Praça Manoel Ribas, 43, Centro, Castro – PR.
3.    Bento Mossurunga tocando piano com uma criança, foto do acervo do acadêmico Ronie Cardoso Filho.
4.    Placa de bronze da Rua Bento Mossurunga “Maestro do Paraná”, em Castro. Uma homenagem da sua cidade, no seu 90º aniversário, em 6 de maio de 1969.
5.    Capa do LP da Orquestra Sinfônica da Universidade Federal do Paraná, gravado em outubro de 1972, com regência de Gedeão Martins.
6.    Recorte da partitura “Bella Morena”, de autoria de Bento Mossurunga, publicada em 1905, no periódico “O Malho”.
7.    Bento João d’Albuquerque Mossurunga durante uma das inúmeras homenagens recebidas nos seus últimos anos de vida, foto do acervo do acadêmico Ronie Cardoso Filho.
8.    Recorte da capa da partitura da obra “Ondas do Iapó”, de autoria de Bento Mossurunga. A valsa é uma homenagem ao Rio Iapó, presente em sua cidade natal.
9.    Recorte da partitura Canção ao Pinheiro, com música de Bento Mossurunga e letra de Alberico Figueira. A obra integra a Coleção Canções Paranaense, publicada em 1964, pela Secretaria de Educação e Cultura do Paraná.
10.    Brasão do Paraná e Hino do Paraná, com música de Bento Mossurunga e letra de Domingos Nascimento, símbolos oficiais instituídos em 1947.
 

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