Cadeira 32
Patrono
Poeta que empresta seu nome à Cadeira nº 32 da Academia de Letras dos Campos Gerais, Maria Cândida de Jesus Camargo nasceu em Ponta Grossa, em 6 de agosto de 1868, filha de Cândido Mendes Ribeiro Ferraz de Camargo e de Maria Joaquina de Souza Castro Camargo. Seus dons poéticos provavelmente foram desenvolvidos a partir de quando foi aluna do primeiro poeta princesino, Antônio Martins de Araújo.
Maria Cândida foi também aluna de Alzira Braga dos Santos Ribas, emblemática educadora ponta-grossense de família de destacados intelectuais. Ela se dedicou por longos anos ao magistério, profissão que exerceu em Jaguariaíva, Ponta Grossa, Prudentópolis, Cerrado e Morro das Pedras, povoado suburbano de Imbituva. Assim como Júlia da Costa, Georgina Mongruel, Mariana Coelho e outras, Maria Cândida foi homenageada com seu nome dado a uma das cadeiras da Academia Feminina de Letras do Paraná.
Em vida não publicou livros. Mas o livro póstumo Júbilos e Mágoas (1958), com 49 poemas, hoje raríssimo, reúne parte do que há de mais significativo em sua obra. A temática de Júbilos e Mágoas envolve o transcendental, a religiosidade, além dos sentimentos femininos da época em que viveu a escritora: amor, saudade, amizade e família.
Ao longo de sua vida, Maria Cândida colaborou em diversos jornais e revistas: do Rio de Janeiro, Copacabana Jornal e O Malho; de São Paulo, Revista Feminina; de Matão (SP), O Clarim; de Curitiba, Diário da Tarde, Almanach dos Municípios, Jornal dos Poetas, Correio dos Ferroviários, A República, O Dia e A Cidade; de Paranaguá, A Marinha e O Itiberê; de Antonina, Jornal de Antonina; de Ponta Grossa, O Progresso, Campos Gerais, Diário dos Campos e O Comércio; de Guarapuava, Guaíra; de Jaguariaíva, A Cidade, O Jaguariaíva e A Luta; de Castro, Dezenove de Novembro e Castro-Jornal; de Sengés, O Eco de Sengés; e de Tomazina, O Thomazinense. Como era comum na época, em tais publicações usou vários pseudônimos: Stela de Jesus, Miriam, Stela Maria e Aimar, entre outros. Aposentou-se em julho de 1919 e faleceu em 11 de agosto de 1949, na cidade de Jaguariaíva.
Legendas das imagens
1 e 5. Obra póstuma publicada em 1958. Cópia doada pelo escritor Rafael Gustavo Pomim Lopes à Biblioteca Eno Teodoro Wanke da Academia de Letras dos Campos Gerais.
2. Grupo Escolar Izabel Branco, construído em 1911, primeiro edifício público a sediar uma escola em Jaguariaíva. Antes dele, havia o Grupo Escolar Jaguariaíva, localizado na mesma quadra onde morou Maria Cândida, porém era uma casa alugada para tal. Foto de Luísa Cristina dos Santos Fontes, em agosto de 2023.
3. Maria Cândida foi colaboradora assídua na Marinha... Revista do litoral paranaense, incentivada pelo escritor Rodrigo Júnior. Acervo da Biblioteca do Centro de Letras do Paraná. Foto de Luísa Cristina dos Santos Fontes.
4. Alaíde de Camargo Tureck, sobrinha de Maria Cândida de Jesus Camargo, responsável pela reunião de seus poemas para a publicação póstuma de Jubilos e Máguas. Acervo de Rafael Gustavo Pomim Lopes.
6 e 10. Maria Cândida, retratada por José Demeterco para o livro do Centro Paranaense Feminino de Cultura: Poetisas do Paraná: um século de poesia. 1959. p. 96.
7. A Profa. Alzira Braga dos Santos Ribas foi professora de Maria Cândida e algumas de suas irmãs. Foto do livro Educadores Ponta-grossenses – 1850-1950, de Joselfredo Cercal de Oliveira (p. 113)
8. Jaguariaíva, década de 1930, fotografia postada por Reinaldo Weigert Filho no grupo de Facebook: Jaguariaíva em Fotos e Vídeos.
9. Os versos de Maria Cândida de Jesus Camargo eternizados na homenagem da Prefeitura Municipal de Jaguariaíva aos Expedicionários. Foto de Rafael Gustavo Pomim Lopes.