Cadeira 38
Fundador
Milton José da Silva Ribas é mais conhecido como “Doutor Milton – O médico dos pobres”, pelo trabalho médico desenvolvido com amor e humildade na cidade de Ortigueira, onde clinicou por mais de 20 anos. Milton nasceu em Curitiba em 26 de outubro de 1949. Ainda pequeno fixou residência na cidade de Ponta Grossa onde iniciou seus estudos no Colégio Estadual General Osório e posteriormente no Colégio Regente Feijó. Desde muito jovem esteve sempre envolvido com esportes, atuou no famoso time de basquete de Ponta Grossa da década de 1960. Após terminar seus estudos, Milton ingressou no sonhado curso de Medicina, na Pontifícia Universidade Católica do Paraná e, mesmo com as dificuldades financeiras da família, ele conseguiu com êxito formar-se em 1978.
Dois anos antes da formatura casou-se com sua namorada da juventude em Ponta Grossa, a farmacêutica Reni Terezinha Beltrão Ribeiro, companheira que o acompanhou durante toda sua jornada. Logo após a formatura Milton iniciou seu trabalho médico humanista na cidade de Ortigueira, sendo clínico geral no hospital público da cidade. Após sua exaustiva jornada médica de cerca de dez horas por dia, era em casa que ele atendia dezenas de pessoas que diariamente iam buscar ajuda do “Doutor” para seus males. Ele os recebia com a mesma simpatia e gentileza, normalmente gente muito simples que sequer tinha um trocado para lhe oferecer. Era ele que oferecia aos pacientes, muitas vezes, um prato de comida ou os remédios necessários ao tratamento.
Milton teve dois filhos, Vinícius Ribeiro Ribas e Alexandre Ribeiro Ribas. Médico sanitarista, combateu a hanseníase e a tuberculose e também fazia atendimento especial aos caingangues do Posto Indígena de Queimadas, aldeia próxima à cidade de Ortigueira.
Seu livro Quero Estar no Amanhã foi escrito e publicado em 1996. Pela leitura Milton tinha uma paixão especial, em sua casa além da vasta literatura científica, era possível encontrar em sua biblioteca sempre clássicos da literatura mundial e uma vasta discografia de música popular brasileira. Rotariano, Milton sempre esteve envolvido no desenvolvimento da cidade de Ortigueira, sendo fundador do clube de serviço na década de 1980. Também foi vice-prefeito da cidade nos anos de 1997 a 2000.
Em 20 de março de 1999, Milton assumiu a cadeira número 38 da Academia de Letras dos Campos Gerais, tendo como Patrono Szymon Kossbudski, feito que ele festejou com orgulho junto da família e amigos.
Tomou posse na Academia de Letras dos Campos Gerais em 2 de junho de 1999 como fundador da cadeira nº 38, em cerimônia realizada no Clube Pontagrossense, sendo recepcionado por Túlio Vargas, Presidente da Academia Paranaense de Letras.
Em 2001 mudou-se para a cidade de Primeiro de Maio, para atuar como médico, onde foi acometido por um acidente vascular cerebral que o impediu de continuar sua atuação profissional. Nesse tempo, dedicou-se a escrever como se sentia como médico sendo paciente, escritos ainda guardados pela família que devem ser compilados numa futura publicação. Na sequência, mudou-se para a cidade de Carambeí, onde foi acolhido com muito carinho pela comunidade. Apesar das limitações resultantes da tetraplegia oriundas do AVC, associou-se ao Rotary Clube de Carambeí onde recebeu o título Paul Harris por seus serviços prestados ao clube e chegou a declamar poesia na Câmara Municipal e ministrar palestra sobre alcoolismo na Associação dos Alcoólicos Anônimos - GADAC.
Milton veio a falecer em 1 de dezembro de 2006, vítima de complicações de seu estado de saúde. Médico de alma e de coração, estava ciente da sua jornada e limitou-se com resignação a sofrer as dores do corpo “com o desejo de estar no amanhã, livre das dores imensas, tendo a sua recompensa”, palavras do poema de abertura do seu único livro publicado.